quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Projeto 'Só Bambas' homenageia Ernesto Melo e Mestre Babá



O Projeto “Só Bambas, realizado pela Escola de Samba Asfaltão, em parceria com o Grupo Só Bambas, nesta sexta-feira (28/09) homenageará mais dois grandes bambas da história do samba de Porto Velho.

Nada mais justo que, a três dias do aniversário de 98 anos do Município de Porto Velho, o projeto homenagear o cantor e compositor Ernesto Melo – o “Poeta da Cidade”, que representa e retrata tão bem a história do patrimônio cultural material e imaterial de nossa capital. Nesta mesma noite será homenageado também Sebastião Araújo da Silva, nosso saudoso e irreverente Babá (In memorian).

Ernesto Melo, o Poeta da Cidade
Ernesto Melo é um rondoniense de 60 anos, músico instrumentista e poeta.
Nascido na cidade de Porto Velho, Rondônia, Ernesto Melo é filho de Esmite Bento de Melo e neto de pioneiros deste oeste brasileiro. Escreve, toca violão, banjo e cavaquinho, tendo sido um compositor mais voltado para escrever sobre a Porto Velho antiga, capital do Estado de Rondônia, sua história e estórias, suas nuances, seus bairros e personagens folclóricos, por um motivo muito simples: as migrações já ocorridas nestas plagas, desde a busca pelo látex, o soldado da borracha, a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, a descoberta do manganês, da cassiterita, a corrida do ouro e do diamante, a explosão demográfica ocorrida a partir do final da década de 70, que trouxeram para cá gente de todos os cantos do Brasil e de outros países, em busca de um pedacinho de terra e oportunidades para contribuir na construção e desenvolvimento desse Estado forte, honesto, progressista e cheio dos sonhos que o futuro nos permite sonhar.
Hoje, mais uma vez a história se repete, com a chegada de outros brasileiros para a construção das Usinas do Rio Madeira , que como diz este poeta: nos traz o alimento na palma da mão.
A proposta deste compositor é contar para os que aqui vieram, para os que aqui ficaram, para seus filhos que aqui nasceram, a história da terra que seus pais adotaram como sua, sem xenofobismo, sem bairrismo, apenas ilustrando, ao lado de nordestinos, paulistas, gaúchos, paraenses e tantos outros, a saga desta terra abençoada. Ernesto retrata muito bem este objetivo no Projeto Fina Flor da Samba, coordenado por ele que acontece toda sexta-feira no Mercado Cultural.
O Poeta Ernesto, fez composições para diversas Escolas de Samba, como: Diplomatas, Catanheira, Asfaltão e São João Batista. Fez também composições para os blocos Calixto &Cia, Coruja e Rio Cayari.
Ernesto Melo também envereda pela música universal com a mesma desenvoltura e competência, o que o torna um compositor de primeira linha.
Em 2002 de sua inspiração nasceu um Tributo ao Mestre Babá intitulado: Ao mestre, da sala e do samba.
O poeta retrata seu amor a esta cidade em suas poesias e canções e diz isso com maestria em porto velho, meu dengo!
Porto Velho, meu dengo, é uma canção de amor a Porto Velho. É uma exaltação à cidade, localizada nos confins do poente brasileiro, com um céu sempre azul, um sol bem forte e aconchegante, um rio belo e caudaloso e um ar puro com o suave perfume da mata, sua fartura e suas belezas naturais.

O Mestre Babá - Sebastião Araújo da Silva
Sebastião Araújo da Silva, o saudoso Babá, nasceu em 23 de novembro de 1.948, na Cidade Guajará Mirim, filho de Benedito Antonio de Araújo, ferroviário que trabalhou na Estrada de Ferro Madeira Mamoré e de Margarida Ângela da Silva. Veio para Porto Velho com 2 anos de idade, mas precisamente para o bairro Triângulo.
Em 1974, casou-se com Francisca Cavalcante da Silva, mais conhecida como Nininha. Não tiveram filhos, mas criaram o sobrinho Vandergleison Barros da Silva, que sempre foi considerado por eles, filho desta união.
No futebol, atuou como ponta direita no São Domingos. Na noite da cidade, junto com o Bainha e outros bambas, compôs o Grupo Samba Sete.
Seu envolvimento com o samba se deu a partir de 1966, na bateria dos Diplomatas do samba, onde saiu tocando com “dois pedaços de vergalhões enferrujado batendo um no outro, ao termino desfile ele não sabia de que cor era sua mão de tão enferrujada que estava (ele fazia questão de lembrar isso). No ano seguinte, na mesma bateria, já pegou um instrumento - o tarol.
Foi passista e compôs a Ala de Compositores dos Diplomatas do Samba e parceiro do Silvio Santos em composições como: marchas, boleros, marcha rancho, samba de mesa (samba de roda) e samba canção. Algumas composições se destacaram, como: Pensando em você; Meu Violão; Carnaval e Cinzas; Eternamente Só; As Cores do Meu País; O Sino do Amor; É isso aí; Exaltação a princesa; Aquele Samba; Caminhos de Espinhos; Meu Sertão Brasileiro; Marcas de Beijos; Os Diplomatas; Meu Carnaval; Coisas de Amor; Mulher de Malandro e tantas outras, pois foram mais de 50 composições. Isso sem falar nas composições feitas para os Diplomatas como: Transamazônica, As Amazonas e os Amuleto Verdes, sendo que segundo foi em parceria com Silvio Santos, destacou em certos momentos o orgulho de ter vencido um concurso de samba dos Diplomatas em Parceria com Ernesto Melo, pois segundo ele só tinha feras e a vitória desta parceria naquele momento não teria chance.
Na pobres do Caiari, ainda em parceria com Silvio Santos, compôs: Das Loucuras da Vida, a Ilusão do Carnaval; As Forças da natureza e o Ceará de Iracema. Tiveram ainda as composições para os blocos da Borracha, Lira do Amor, Triângulo Não Morreu.
Em 1980, Babá, se afasta dos Diplomatas. Com esta notícia correndo nos bastidores do samba, ele recebe a visita da saudosa Marise Castiel acompanhada de outros membros do Caiari, momento em que o convidaram para ser o Mestre Sala da Escola.
No carnaval de 1981, com ajuda e orientação do mestre Bainha, Babá desfilou como o Mestre sala da Pobres do Caiari junto com a Porta Bandeira Neguinha, filha de Esron de Menezes, com isso, sagrou-se um mestre-sala vitorioso por vários anos. 
O Mestre Babá foi embora com sua alegria e irreverência. Partiu para outra missão em outra esfera em 08 de novembro 2001.
A história destes dois bambas e baluartes do samba, merece os registros e as mais justas homenagens, por isso a família Asfaltão, convida a comunidade para prestigiarem este grande e importante momento

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Fonte: A Diretoria

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