quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pesquisador do Inpa vai palestrar sobre impactos de hidrelétricas na Amazônia

O cientista Phillip Martin Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) será o palestrante da conferência de abertura dos “08 Dias de Ativismo Verde”, que a prefeitura de Porto Velho realiza em comemoração à Semana do Meio Ambiente”, que acontece no período de 1º a 08 de junho, às 09h30min. Ele ministrará a palestra "Hidrelétricas na Amazônia: Impactos e a Tomada de Decisão Sobre a Política Energética do Brasil". O pesquisador Inpa já se encontra em Porto Velho e está ansioso pelo evento. “Será uma grande oportunidade de troca de experiências”, comentou.

Graduado em Biologia, em 1969, pelo Colorado College, dos Estados Unidos, também com mestrado em Zoologia (1974) e doutorado em Ciências Biológicas (1978) pela University of Michigan, Phillip desde 1974, estuda problemas ambientais na Amazônia brasileira, inclusive chegando a morar dois anos na rodovia Transamazônica antes de entrar para o quadro do Inpa. Phillip Fearnside é autor de várias pesquisas ecológicas, incluindo a estimativa de capacidade de suporte de agroecossistema tropicais para populações humanas, além de estudos sobre impactos e perspectivas de diferentes modos de desenvolvimento na Amazônia e sobre as mudanças ambientais decorrentes do desmatamento da região. Desde 1992 promove captação do valor dos serviços ambientais da floresta amazônica como forma de desenvolvimento sustentável para as populações rurais na região. Em 2004 foi vencedor do prêmio da Fundação Conrado Wessel na área de Ciência Aplicada ao Meio Ambiente.
Dois anos depois, recebeu do Ministério do Meio Ambiente o “Prêmio Chico Mendes” ficando em 1º lugar na área de Ciência e Tecnologia. No mesmo ano foi identificado pelo Instituto de Informações Científicas (Thomson-ISI) como sendo o segundo mais citado cientista no mundo na área de aquecimento global.
Em suas publicações, Fearnside defende que o país precisa desenvolver fontes “alternativas” de energia, mas antes, é necessário melhorar sua política energética. Para ele, a eficiência do setor vem antes de fontes “alternativas”, e antes de tudo há a necessidade de repensar a finalidade da energia e em que medida esses usos são do interesse nacional. “Reconhecer os impactos de hidrelétricas, particularmente em comparação com outras opções, representa uma parte central desta tarefa. Hidrelétricas têm enormes impactos, muitos dos quais não são amplamente conhecidos pelo público em geral e muitos dos quais não são considerados, ou não são devidamente avaliados, no atual sistema de licenciamento ambiental no Brasil e em muitos outros países”, afirma.
Para ele, os impactos gerados pelas hidrelétricas são maiores e os benefícios, tanto em comparação com a imagem que a indústria hidrelétrica e o governo tem promovido, quanto em comparação com muitas outras opções. Os grandes impactos e benefícios modestos fornecem uma forte razão para uma mudança no setor de energia do Brasil, que inclua a eliminação das exportações intensivas de energia, o incentivo à eficiência e ao investimento em fontes eólica e solar.
O assunto será o tema principal da palestra que o cientista ministrará no dia 1º de junho, no Teatros Banzeiros.
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Por Joel Elias

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