sábado, 20 de novembro de 2010

Parênteses - INCOMODAR, por Beto Ramos

Onde está a velha guarda das Escolas de Samba de Porto Velho?
O que desejam fazer com o esquecimento que machuca tanto?
Onde estão os sambistas?
Ta cheio de sambeiros por ai!
Triste é ouvir de um velho sambista, palavras cheias de dor por não ser lembrado.
O velho sambista, suspirando confessou que espera um convite para desfilar na Escola de Samba do seu coração.
As Escolas de Samba de Porto Velho possuem alas de velha guarda?
Falam tanto em renovação... Mas, os que precisam tanto de atenção vão ficando por ai.
Renovação!
Um velho compositor que merece sempre ser respeitado, outro dia estava indignado com a falta de profissionalismo com a escolha do samba enredo de certa agremiação do samba.
Desde o regulamento até a premiação, tudo fica meio confuso.
O camarada lê muitos livros, pesquisa muito, para depois resumir o que leu num samba para ser defendido na avenida, e o esforço não é reconhecido.
Centralizam algumas funções da diretoria em algumas escolas, fazendo disso, uma dificuldade para a renovação com seriedade.
A renovação já deveria começar com o abandono de certo paternalismo que já virou lenda em nossa cidade.
A obrigação do governo tanto estadual e municipal em ajudar é necessária para a realização do carnaval.
Mas, as agremiações deveriam funcionar o ano inteiro, para gerar recursos para serem aplicados nas próprias escolas de samba.
Um carnaval que muitas vezes esquece de sua velha guarda, com certeza vai continuar precisando de muletas para caminhar.
Sem comparações com Rio de Janeiro ou São Paulo.
Mas, nós precisamos fazer aqui o que deveria sempre ser feito.
Devemos abraçar a nossa história e lutar por ela.
Nestes tempos modernos que vivemos a captação de recursos é facilitada pelas leis de incentivo a cultura.
A realização de eventos pelas agremiações de samba o ano inteiro é uma saída para manter profissionais que estarão envolvidos com as necessidades dos sambistas.
O camarada fundador de certa escola de samba estava com lágrimas nos olhos por não ser lembrado.
Velha guarda!
Vamos começar lembrando destes que ajudaram a escrever os alfarrábios da história do samba.
Algumas coisas não possuem preço.
A história precisa ser levada ao povo antes de ser vendida por qualquer preço.
Muito nos orgulha fazer parte de certa trupe do samba, que leva a nossa população, sambas de Porto Velho, e procura valorizar os antigos sambistas de Porto.
Alguns não compreendem o valor que existe por trás de tudo isto.
O valor é manter viva a memória do samba.
Manter unidos veteranos e iniciantes da história do nosso carnaval.
Cadê o nosso sambódromo?
Onde vai ser mesmo o nosso desfile de carnaval?
Vamos mudar mais uma vez de endereço!
Precisamos fazer uma prestação de contas com a história.
O poeta Mado disse-me certa vez, que logo eu descobriria a realidade.
Estou vendo no horizonte, mas, ainda não quero descobrir o que já tenho certeza.
O problema é querer ser da Escola de Castro Alves.

Diz a lenda!
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*Texto de Beto Ramos

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