quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Júlio Carvalho lança, dia 03.09, o livro: Um olhar sobre urbanismo e a arquitetura de Porto Velho

Será no próximo dia 03 (quinta-feira), no Mercado Cultural, às 20h30, o lançamento do livro “Um olhar sobre urbanismo e a arquitetura de Porto Velho” do artista plástico e escritor Júlio Carvalho.
Júlio Carvalho, desta vez, sempre surpreendente com sua criatividade, presenteia o público com um tratado em forma de livro bem acabado, chamado “Um olhar sobre urbanismo e a arquitetura de Porto Velho”. Estudo pioneiro sobre esse tema tão importante e tão desprezado na cidade de Porto Velho que é o aspecto paisagístico construído, o espaço urbano ocupado e a importância do patrimônio arquitetônico da cidade. Por que desprezamos tanto nossa memória arquitetônica? Por que na cidade de Porto Velho é hábito se destruir o patrimônio arquitetônico , não preservando as características originais para se construir outra obra desprezando a restauração?Júlio Carvalho diz que “um dos objetivos desse estudo é trazer à discussão e servir de alerta para o que é, o que foi o nosso patrimônio arquitetônico e o quanto ele já foi subtraído, instigar, refletir sobre o nosso patrimônio, como testemunho da história e de sua importância social, deste, o que ainda resta (estima-se que 40% do patrimônio arquitetônico de Porto Velho tenham sido perdidos), que é a encarnação do passado, que precisa ser preservado e que é indispensável ao equilíbrio e ao desenvolvimento sociocultural.”Falando sobre o livro Júlio Carvalho disse que “Este livro é uma pesquisa e um estudo de 4 anos, que tem como objeto a História do Urbanismo e da Arquitetura da cidade de Porto Velho, no período de 1903 a 1972 – a partir da assinatura do tratado de Petrópolis até a desativação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Foi escrito com o suporte de vários Mapas históricos, grande quantidade de fotografias históricas e recuperadas da cidade de Porto Velho, como também depoimento vivo de pessoas que viveram neste período”.
A obra desse artista plástico e ambientalista não tinha um momento mais oportuno para ser lançada. No momento em que a cidade de Porto Velho vive a euforia do desenvolvimento proveniente da construção das usinas de Jirau e Santo Antônio e que o capital promete varrer do mapa o que era antigo e inaugurar uma nova cidade corroborando com que já vaticinara Karl Marx e Engel , no Manifesto Comunista (obra que verdadeiramente inaugura o Modernismo), na espantosa e verdadeira frase, quando se trata da aplicabilidade do capital: “ Tudo que é sólido desmancha no ar”, Júlio na sua obra busca alertar para a importância da preservação do nosso patrimônio arquitetônico e para a coerência possível quanto a ocupação do espaço urbano da ainda pequena cidade de Porto Velho.O autor diz: “ Nosso estudo poderia ter sido mais abrangente, mais profundo, para o ponto vista dos ‘juízes da História’, mas encontramos algumas dificuldades, o Governo Estadual e o Municipal não têm um museu ou centro de documentação organizado que componha a memória da cidade. Julgamos que a criação desse centro seja importante para manter a memória viva de Porto Velho. Também seria importante a criação, pelo Poder Público Municipal, de um Corredor Cultural, que estabeleça critérios nesse polígono, de como recuperar, reformar, reconstruir ou construir um imóvel, com leis de incentivo que contribuam com os valores culturais, históricos, arquitetônicos e tradicionais para a população. Em várias cidades os Corredores Culturais foram bem sucedidos, inclusive com a participação do setor privado, como nas cidades do Rio de Janeiro, de Salvador e, mais recente, a de Manaus”.Com sua forma comedida e lúcida de pensar e agir, Júlio Carvalho denuncia que na cidade de Porto Velho “as edificações em alvenaria com estilos - as que restaram - passaram por algumas reformas sem critérios, sem o devido cuidado em restauração, pela ausência do poder público que não fiscaliza e não dispõe de lei que regulamente a reforma e a restauração em prédios antigos. Muitas foram totalmente descaracterizadas, as placas de identificação de sua construção foram retiradas, as edificações que restaram na área comercial estão com suas fachadas cobertas por Back Light e platibandas com propagandas poluindo o visual . Algumas estão em ruínas, podendo desmoronar a qualquer momento – como o prédio da antiga Câmara Municipal na ladeira Comendador Centeno, a Padaria Favela na Rua Paulo Leal e os Equipamentos e Edificações da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que há mais de trinta anos não recebem manutenção. Outras foram demolidas recentemente, a casa do Saleh e os dois últimos boxes do Mercado Público Municipal, para construção do Mercado Cultural”.A professora mestra em Arquiteta e Urbanista da Uninorte do Amazonas, Márcia Honda Nascimento Castro, diz que a obra “Um olhar sobre urbanismo e a arquitetura de Porto Velho” é “uma verdadeira declaração de amor a cidade de Porto Velho e convida a refletir sobre a cidade” e que “Almeja-se que essa sua singela contribuição suscite não apenas discursos, opiniões, mas atitudes práticas que zelem pela salvaguarda do patrimônio histórico local”.“A finalidade de ‘Um olhar sobre o urbanismo e a arquitetura de Porto Velho’ é dar continuidade e manter viva a memória da cidade, é dar a sociedade uma visão, em conjunto, dos aspectos da cidade de Porto Velho, abordando o porquê e quando ela surgiu, seu espaço geográfico, sua evolução, sua organização, sua economia, seus habitantes, seu patrimônio e sua arquitetura em seus diversos estilos. Não queremos que o nosso discurso seja entendido como saudosista, mas sim que a sobrevivência do nosso patrimônio só estará assegurada se for compreendida a importância da necessidade de alertar, registrar e vigiar, como também de preservá-lo”, disse o autor. Júlio Carvalho é artista plástico, natural de Porto Velho – Rondônia. Estudou em São Paulo na Escola Panamericana de Artes por dois anos, é graduado em Contabilidade e Servidor Público - Ambientalista. Na arte, destaca-se pelas esculturas e painéis em médio e grande porte. Muito versátil, é letrista e escritor; suas letras, assim como suas esculturas e painéis, são um resgate do cenário, figuras e cotidiano regional. É autor do livro Juru-jurupa-jurupari que narra lendas e mitos da Região Norte. Sua produção artística é considerável, tendo produzido mais de 1.200 obras-de-arte com grande destaque para as esculturas e para os painéis, trazendo em seu currículo várias exposições individuais e coletivas em diversas cidades do País. Seu interesse pela Arquitetura, como projetista e escritor, deve-se à influência do seu pai que foi construtor e um dos pioneiros na construção civil em Porto Velho.
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Fonte: Adaídes Batista

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