O cientista Phillip Martin Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa) será o palestrante da conferência de abertura dos
“08 Dias de Ativismo Verde”, que a prefeitura de Porto Velho realiza em
comemoração à “Semana do Meio Ambiente”, que acontece no período de 1º a 08 de
junho, às 09h30min. Ele ministrará a palestra "Hidrelétricas na Amazônia:
Impactos e a Tomada de Decisão Sobre a Política Energética do Brasil". O
pesquisador Inpa já se encontra em Porto Velho e está ansioso pelo evento. “Será
uma grande oportunidade de troca de experiências”, comentou.
Graduado
em Biologia, em 1969, pelo Colorado College, dos Estados Unidos, também com
mestrado em Zoologia (1974) e doutorado em Ciências Biológicas (1978) pela
University of Michigan, Phillip desde 1974, estuda problemas ambientais na
Amazônia brasileira, inclusive chegando a morar dois anos na rodovia
Transamazônica antes de entrar para o quadro do Inpa. Phillip
Fearnside é autor de várias pesquisas ecológicas, incluindo a estimativa de
capacidade de suporte de agroecossistema tropicais para populações humanas, além
de estudos sobre impactos e perspectivas de diferentes modos de desenvolvimento
na Amazônia e sobre as mudanças ambientais decorrentes do desmatamento da
região. Desde 1992 promove captação do valor dos serviços ambientais da floresta
amazônica como forma de desenvolvimento sustentável para as populações rurais na
região. Em 2004 foi vencedor do prêmio da Fundação Conrado Wessel na área de
Ciência Aplicada ao Meio Ambiente.
Dois anos
depois, recebeu do Ministério do Meio Ambiente o “Prêmio Chico Mendes” ficando
em 1º lugar na área de Ciência e Tecnologia. No mesmo ano foi identificado pelo
Instituto de Informações Científicas (Thomson-ISI) como sendo o segundo mais
citado cientista no mundo na área de aquecimento global.
Em suas
publicações, Fearnside defende que o país precisa desenvolver fontes
“alternativas” de energia, mas antes, é necessário melhorar sua política
energética. Para ele, a eficiência do setor vem antes de fontes “alternativas”,
e antes de tudo há a necessidade de repensar a finalidade da energia e em que
medida esses usos são do interesse nacional. “Reconhecer os impactos de
hidrelétricas, particularmente em comparação com outras opções, representa uma
parte central desta tarefa. Hidrelétricas têm enormes impactos, muitos dos quais
não são amplamente conhecidos pelo público em geral e muitos dos quais não são
considerados, ou não são devidamente avaliados, no atual sistema de
licenciamento ambiental no Brasil e em muitos outros países”, afirma.
Para ele,
os impactos gerados pelas hidrelétricas são maiores e os benefícios, tanto em
comparação com a imagem que a indústria hidrelétrica e o governo tem promovido,
quanto em comparação com muitas outras opções. Os grandes impactos e benefícios
modestos fornecem uma forte razão para uma mudança no setor de energia do
Brasil, que inclua a eliminação das exportações intensivas de energia, o
incentivo à eficiência e ao investimento em fontes eólica e solar.
O assunto
será o tema principal da palestra que o cientista ministrará no dia 1º de junho,
no Teatros Banzeiros.
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Por Joel Elias
Por Joel Elias
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