quarta-feira, 17 de março de 2010

Parênteses - Vara de Proteção à Mulher lança projeto Abraço

No mês em que a mulher é homenageada pela constante luta por seus direitos, o Tribunal de Justiça de Rondônia, apresenta à sociedade o projeto "Abraço", que combate a violência doméstica, em consonância com a Lei Maria da Penha. O lançamento foi nesta terça-feira, 16, no auditório do TJRO.
"O judiciário avança ao atuar não só na punição aos agressores, mas também na reabilitação das relações familiares", explicou a juíza Ursula Souza, da Vara de Atendimento e Proteção à Mulher, onde o projeto é desenvolvido. O "Abraço" alia sentença convencional com terapia. Além de prestar serviços à comunidade ou perder direitos civis, os condenados por agredir a companheira recebem também a determinação de participar do grupo de acompanhamento terapêudico.
O trabalho já vinha sendo desenvolvido como projeto piloto há três meses. Os grupos de convivência de homens e mulheres, com econtros semanais, já apresentaram resultados supreendentes e a melhoria do ambiente de dezenas de lares. "A lei Maria da Penha protege não apenas a mulher, mas a família, sobretudo os filhos, que geralmente enfrentam situações bastante difíceis diante do conflito entre os pais", destacou o Presidente do TJRO, Desembargador Cássio Rodolfo Sbarzi Guedes.
Outras estratégias de humanização são usadas pelos psicólogos e assistentes sociais do Poder Judiciário durante o atendimento às familias, confome explicou Mariângela Onofre durante a apresentação do projeto à sociedade. Entre eles rodas de conversas, mediações e atendimento individualizado. A psicóloga destacou que a atenção e o cuidados são transformadores nesse tipo de trabalho. "A nossa atuação é no sentido de interromper o ciclo da violência", completou Mariângela.
Ainda no lançamento foi apresentado o vídeo instituicional "Ressignificando Relações - Efetivação da Lei Maria da Penha", com depoimentos dos participantes do projeto. Um deles demonstrou superação ao conseguir falar sobre os problemas que sempre o atormentaram. "Agora consigo conversar com minha mulher, antes partia para a violência", confessou.
Durante a solenidade o Presidente do TJRO e a Juíza da Vara de Atendimento à mulher entregaram um certificado para o artista plástico Ricardo Perez. Ele cedeu a obra "Abraço", inspirada na obra "The Hug", de Romero Brito, como símbolo da campanha. A gravura está estampada em folders, cartazes e folhetos do projeto. Os informativos explicam cada terapia aplicada no programa. Confira abaixo:
Rodas de Conversa:
Espaço destinados a expressividade das emoções e valores, à reflexão, ao compartilhamento de experiências, ao diálogo ao apoio e a busca de respostas entre os participantes, com orientação de um Assistente Social e um Psicólogo;
Grupo de Convivência Feminino:
É um instrumento que possibilita a construção de um espaço de convivência social de apoio e acolhimento, onde as vivências terapêuticas baseiam-se na partilha de emoções a fim de mobilizar recursos e competências individuais e coletivas na superação dos problemas. A metodologia permite ao participante reafirmar sua identidade, promover o autoconhecimento, reforçar a auto-estima e exercitar a cidadania.
Grupo de Convivência Masculino:
Atividades em grupo, destinada destinada aos homens acusados de agressões a mulheres. O atendimento é realizado semanalmente com duração de uma hora e meia. Tem o objetivo de Possibilitar a compreensão sobre relações de gênero, identificando papéis masculinos e femininos, historicamente construídos; contribuir para transformar a percepção sobre a identidade de homens e mulheres para construção da igualdade de gênero; prevenir a reincidência de atitudes violentas e comportamentos agressivos; fortalecer a compreensão sobre função paterna para o aprofundamento de vínculos afetivos com os filhos; orienta sobre a influencia do alcoloismo, uso de drogas, desemprego, entre outros, na ocorrência de violências domésticas e familiar contra a mulher; encaminhar para instituições de assistência e atendimento especializados.
Mediação:
A mediação é um espaço aberto para promover a compreensão de um conflito, o diálogo entre duas pessoas e estabelecer pontes entre os sistemas familiar, jurídico e o meio social. É uma prática socail e ferramenta eficaz para o gerencimaento das disputas familiares (Giselle Groeninga). A mediação valoriza os aspectos emocionais e de autonmia dos indivíduos e funda-se no cuidado - hoje visto como categoria jurídica. Ele possibilita aos mesmos, fazerem e se responsabilizarem por suas escolhas, como exercício pleno de cidadania.
Trocando em miúdos:
O grupo familiar é um sistema e como tal todos os seus membros influenciam e são influenciados uns pelos outros. A ação de um membro reflete em todos os demais.
Nas famílias em que a mulher é submetida à violência, principalemnte as crianças e adolescentes apresentam incidência maior de problemas sociais e psicológicos.
Quando a família ingressa com uma demanda no sistema de justiça, ela necessita entender os ritos judiciais, conhecer seus direitos e deveres e ter seus membros, principalmente as crianças e os adolescentes, acolhidos, ouvidos, orientados e encaminhados.
Trocando em miúdos objetiva efetivar estas ações, de forma a contribuir para o bem-estar familiar e social dos envolvidos.

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional

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