quinta-feira, 15 de abril de 2010

Parênteses - Assistência para mulheres vítimas da violência doméstica

Uma porta aberta para as mulheres que sofrem agressões dos companheiros, o Centro de Referência de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência ‘Sonho de Liberdade’, localizado na Avenida Rafael Vaz e Silva, 3150, bairro Liberdade, “oferece assistência jurídica e social e apoio psicológico para que elas possam superar este momento tão difícil de suas vidas e reúnam forças para continuar vivendo com dignidade”, segundo a diretora do órgão, Sheila Tristão. Muitas delas procuram o local de forma espontânea e outras são encaminhadas por órgãos como a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher e da Família e unidades de saúde que fazem parte da Rede de Atendimento à Mulher Vítima da Violência.
Segundo Sheila, a maior parte das mulheres que procuram o Centro têm entre 28 e 35 anos, possuem uma média de três filhos e são dependentes financeiramente dos companheiros, mas o órgão também atende profissionais com renda própria, que criaram uma dependência psicológica com os maridos e por isso se sujeitam às humilhações impostas dentro de casa. Como muitas vezes há a necessidade de proporcionar autonomia financeira, o Centro também oferece cursos profissionalizantes.
É importante ressaltar que o homem que desrespeita a companheira também atinge os filhos, porque além de ataques físicos, também tem que se considerar as agressões psicológicas, sendo que o filho que presencia o pai batendo na mãe pode se tornar um agressor, perpetuando a violência”, segundo Sheila. A Lei 11.340, conhecida como Maria da Penha, relaciona também as agressões: patrimonial (quando o homem se recusa a prover a família), sexual, física, e moral, e todas estão sujeitas a penas especificadas em lei.

Humilhações

Quando a mulher procura o Centro de Referência geralmente já passou por um grande número de humilhações, segundo Sheila. “A violência é um processo que começa com uma palavra ofensiva e outras atitudes desrespeitosas que vão crescendo até atingir o seu ápice que é a agressão física. Para quebrar este ciclo, a mulher precisa vencer uma grande barreira, já que o inimigo é a pessoa que ela escolheu para ser seu companheiro e pelo qual ela nutre um sentimento de amor”, afirma a diretora.
Sheila explica que o objetivo do Centro não é provocar uma separação do casal, mas fazer com que a mulher se dê conta de que não pode se submeter a uma situação de humilhação e violência. “O nosso trabalho tem o objetivo de despertar na mulher sua auto-estima, para que não permita as agressões do companheiro”.
No Centro de Referência, as mulheres são atendidas primeiramente pela assistente social, depois pela psicóloga e a advogada. O tempo de tratamento depende de cada caso. Alguns deles exigem um atendimento mais longo e visitas domiciliares. “O importante é que já nas primeiras entrevistas com a equipe do Centro a gente sente uma mudança de atitude. Elas entram com os ombros arqueados e de cabeça baixa e depois se mostram mais confiantes”, garante Sheila.

Rede de atendimento
O Centro de Referência integra uma política da Prefeitura de Porto Velho que também inclui a Rede de Atendimento à Mulher Vítima de Violência e a Casa Abrigo. A rede foi criada por uma iniciativa da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres e integra órgãos públicos e da iniciativa privada que atuam de forma conjunta para proporcionar um atendimento humanizado às vítimas da violência doméstica em um momento tão delicado de suas vidas. O objetivo é que estes órgãos estejam preparados e articulados para perceber os casos de violência e para fazer os encaminhamentos necessários. Criada em março deste ano, a rede aumentou a média de atendimentos no Centro de Referência, de dois a cinco casos diários para cinco a oito. Também em março deste ano, a prefeitura disponibilizou para a sociedade a Casa Abrigo, para onde poderão ser encaminhadas mulheres e filhos que não podem retornar para casa porque estão sendo ameaçados.

A política de atendimento à mulher da Prefeitura também inclui a Maternidade Mãe Esperança, o Centro de Referência da Saúde da Mulher e a Comunidade Terapêutica Nossa Senhora Aparecida, que é administrada pela Associação Casa Família Rosetta em parceria com a prefeitura e oferece internação e tratamento para mulheres dependentes químicas.

Fonte: ASCOM

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